Porque existe a sogra?
Poxa, que cruz é essa que eu tenho que carregar desde que eu começo
namorar até o fim da minha vida (se tudo der certo)? Porque a sogra
se acha no dever de dar opiniões no meu casamento? Sendo que a filha
dela agora é MINHA mulher... E porque sempre no Natal e no Ano Novo
a gente tem que comer o famoso peru na casa dela? Um jantar
romântico, uma danceteria, uma coisa diferente...tudo isso está
descartado por causa dela, a minha sogra.
Eu me revolto sempre
com minha sogra por vários motivos; começando pelo nome: ela se
chama Esperança. Já ouviu falar no ditado: “a esperança é a
última que morre”? Tendo em vista isso, eu completo: coitado do
cidadão cuja sogra se chama Esperança! Meu Deus, a “véia” não
vai morrer tão cedo! Acho que nesse momento crítico, eu precisaria
de um cerveja. Vou com toda sede ao pote (no caso, à geladeira) e
abro a porta com toda a alegria do mundo. Alegria que desaparece do
meu rosto em fração de segundos.
--- Cadê a minha
cerveja?
Depois do berro, a
minha amada surge na porta da cozinha com seu sorriso sutil e
dizendo:
--- Ai amor, a mamãe
falou que a cerveja pode te fazer crescer a barriga. Eu não quero
meu amorzinho com barriga de chopp. Prefiro esse tanquinho aí!
Eu não consigo ficar
bravo com ela; o jeitinho meigo e as vezes ingênuo não deixa. Mas a
minha sogra...ah ela me paga por essa. Pode não ser agora, mas ela
vai me pagar! Juro que fiquei vermelho de raiva e isso tudo bem na
hora do futebol domingo à tarde. Já explodindo de raiva, eu volto
para a sala e quem eu encontro no meu sofá, assistindo a
minha televisão, com o meu controle remoto na mão?
Quem? Quem? Quem? A minha sogra, é claro!
--- Ai genrinho, já
que eu estou aqui e você não está mais assistindo o jogo, eu vou
ver a Eliana, tudo bem?
--- Mas eu estou
assistindo o jogo, sogrinha!
O veneno escorria pela
boca de ambos.
--- Ah, mas eu sou
visita...
Puta merda! É melhor eu sair agora e ir para o
bar, do que brigar com essa véia e sair de casa depois.
Sem opções, me
encaminho para o bar mais próximo naquele sol. Para melhorar, como
de costume, a cerveja está quente e o bar está lotado.Depois de
agüentar meia hora e tomar dois “chá de cerveja”, eu volto para
casa para a melhor hora coisa do dia: levar minha sogrinha querida de
volta para a casa dela.
Apesar de tudo, eu amo
minha sogra. Isso quando ela está longe de mim e da minha mulher. O
respeito que eu tenho por ela, jamais ela vai encontrar em outro
homem. É claro, eu agarrei o osso e não solto mais! O osso, nesse
caso, representa minha esposa, que puxa mais (bem mais) para o magro
do que para o fofinho. Então, realmente... é osso!
Mas agora é sério:
estou pensando em me mudar para um lugar bem longe. Longe da sogra
também, se possível. Estou pensando na Bahia, ali nas margens do
Rio São Francisco. Qualquer coisa se a D. Esperança aparecer, eu
vou dar umas aulinhas para ela. Aulinhas de como aprender a nadar e
se manter viva sem uma bóia.
Acho que já chega, não
é? Meus dedos já criaram bolhas e eu já falei mal demais da minha
sogra nesse texto... No próximo eu continuo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário