quinta-feira, 7 de junho de 2012

Outro belo texto de Sergio Roberto, falando sobre vaidade...

Orgulho e Vaidade

"Orgulho e vaidade: o orgulho leva-nos a estimar a nós mesmos; a vaidade leva-nos a querer ser estimados"

Um exemplo de Bossuet: "Tudo é vão em nós, exceto a sincera confissão que fazemos perante Deus de nossa vaidade. Mas, que digo eu? A vaidade! O homem, que Deus fêz à sua imagem, é mais que uma sombra? O que veio Jesus procurar do céu na terra, não é apenas um nada? Reconheçamos nosso erro... Não é permitido ao homem desprezar-se a si mesmo inteiramente, de modo que acreditando, com os ímpios, que nossa vida não é mais que um jogo em que tenta o azar, não segue sem regra e sem conduta ao sabor de seus cegos desejos?" (1).

(Mario Ferreira dos Santos - Curso de oratória e retórica)


A beleza das mulheres de idade. Ah, e que beleza mais rara!

Muitas vezes nos deparamos com lindas senhoras. Mas como pode isso?
Como definir intrigante natureza, de gestos firmes e certos, de denotada experiência?

Conseguimos ver nestas clara beleza, ao passo que enxergamos rugas, olheiras, queixos e bochechas caídas, todo e qualquer sinal criado na gravidade de viver.

Em meio a profundas, evidenciadas e abruptas marcas de expressão, deixam sinal tão suave e sutil de beleza, porque a beleza da mulher madura é tênue, leve e prolongada. Não pode-se considerá-la ardente, e sim, cativante.

Será esta beleza comparável ao pote de compota decorado?

Não, digo eu, compara-las-ei ao vinho de reserva, que com o passar do tempo maturou e apurou, de forma que prevaleçam as características originais da uva que o compõe. Não podemos compará-las a compota, pois a única coisa que embeleza é o vidro que a contém, o jogo de cores em um interior cheio de vegetais murchos e ensopados dispostos de maneira a atrair o freguês. Outra forma de atrair freguês é ter um sabor por ele conhecido, mas o sabor de uma mulher madura não pode ser conhecido, é puro, sacrossanto, caso mais, seu valor decairia, tornaria-se a vendedora de bananas da barraca da feira de Domingo, mãos sujas, unhas encardidas e o rosto sofrido.

Afinal, as marcas não são como um maracujá, e sim um refinamento de suas expressões, sinais em seus rostos, contam a historia do sentimento da alma manifestada no físico, está lá como a palma da mão para o quiromante, marcas de uma vida, demonstrações de humanidade. A beleza de uma senhora não é mais tão fresca, não pode-se compará-la ao frescor da juventude, à uma pétala de flor, ou a pele do pêssego, mas sim ao valor de um envelhecido whiskey, com propriedades enaltecidas pelo carvalho.

A vida destas mulheres é o carvalho.

Hoje elas tem no fundo da face a beleza jovem que às pertenceu no passado, foram reescritas pelo passar da vida, mas em essência, permanece a imagem da jovem ao tempo decorrido, o misterioso ar desconhecido da mulher. Sim, a beleza ainda é o valor da juventude, só que foram sobrepostos os sentimentos de suas experiências permanecendo na foto.

O homem não envelhece com sentimento no rosto, a única coisa charmosa no rosto do homem de idade, é a sapiência, experiência e inteligência, sinais estes que não foram criados, e sim adquiridos. O homem é moldado pelo que o rodeia, simplesmente escolhe o molde absorvendo-o como esponja, não tendo a capacidade de criar, enquanto de forma oposta a mulher cria para si sua imagem, de dentro para fora.

Voltando à destilaria, é claro que neste processo muitas azedam-se, muito perde-se, mas quando em meio às safras, salvam-se algumas e o distinto refinamento e sabor não tem igual valia.

É natural da antiga história, como é para hoje, em cantigas enaltecer as senhoritas, a bela jovem, doce e inocente, vista como um caminho de perdição, irresistível ao toque. Ao passo que, belas foram Nossas Senhoras tão quentes e maternais. Nunca estas foram postas como fruto do pecado, e sim como protetoras e necessárias, suplentes da carência humana.

Para nós homens, vivendo à mercê de vossos olhares, torna-se difícil manter a mente equilibrada, e compreender da natureza, a alma feminina, pois como dito foi acima, cada uma é criada, beleza que não pode ser limitada e nem conhecida. Como vamos lidar com esta imensidão? Sendo que lidamos com vossos rostos causando ainda hoje estranheza e confusão? Estamos à mercê de vós, porque para a mulher conhecer, precisaria para cada uma um livro escrever.



Caneca

http://ginhorabecca.blogspot.com.br/ 

meu blog.

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